sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Campanha contra a produção de alimentos e geração de empregos; de quem será o interesse?

Desde a ocorrência das invasões na região (4/10) a mídia do estado (que atualmente está interligada com redes de alcance nacional) vem estranhamente favorecendo o desmando. Venho acompanhando sistematicamente as publicações:


Atentem para o termo “ocupação”. Ocupação não presume expulsão dos trabalhadores sob mira de armas de fogo, nem arrombamentos de casas, ou forçar a retirada de todo o rebanho. Atentem também para o espaço dado ao depoimento dos supostos índios e o espaço dado aos produtores rurais.

Felizmente o outro veículo agiu de forma menos parcial, porém demasiadamente sucinto:


A repercussão deste crime foi pequena, apenas estas duas notas, que foram replicadas em seus paralelos impressos e televisivos.

Eis que então um fato brutal ocorre na região. Um dos invasores é assassinado a tiros. Rapidamente surgem matérias afirmando:



Atentem também para os comentários. As notas abaixo receberam comentários meus, que simplesmente não foram publicados.

http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5640492 – nesta pedi para que mais espaço fosse dado às suspeitas da polícia federal que para acusações feitas por criminosos.
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/10/pf-investiga-assassinato-de-indio-pataxo-na-bahia.html - reparem nas fotos que aparecem nas duas matérias. Se trata da mesma pessoa? Existe feição de índio na foto do documento desta matéria?

Estes veículos então iniciaram uma campanha acusatória contra os produtores rurais que tiveram suas propriedades invadidas. Campanha que em minha opinião culminou com a cobertura no Fantástico, afirmando: “segundo familiar da vítima este foi emboscado por pistoleiros a mando dos fazendeiros”.  Acusação criminosa que de tão ecoada já soava como verdade em discussões a respeito do caso.

Percebe-se uma completa mudança no tom das coberturas. O termo invasão, discreto até então é substituído por retomada.  

Após o sepultamento do suposto índio, as investigações da polícia começam a tender para a teoria de que o crime tenha sido cometido por outro dos invasores. Este, motivado por discussões internas ou porque ele teria sido confundido com uma tentativa de retomada das terras a mando dos proprietários. Informação que eu apurei. Pois a mídia nunca mais publicou nada sobre as investigações. Eles simplesmente mudaram de assunto.

Citar o depoimento de uma pessoa libera o jornalista da responsabilidade sobre a afirmação. Mas a composição do texto e a massificação de uma citação é tão prejudicial para o entendimento do fato quanto uma afirmação própria. Se algo foi tão veementemente ecoado deve significar que se acredita nisto.

Percebemos, com a leitura, que estes veículos nos direcionam a crer que a ação dos invasores é legal. Ou pior. Que invasores são os produtores rurais. Que os proprietários são os criminosos. Coronéis, truculentos e poderosos.

Digo pior, pois tive a oportunidade de ouvir as partes. E dos produtores além de conhecer a situação por que passam, tive em mãos os títulos de compra, fornecidos pelo governo do estado. Registrados, tudo como manda o figurino. Tive acesso até a recibos de cobrança de ITR (imposto territorial rural), pagos, classificando esta propriedade como minifúndio produtivo.

Agora deixo as perguntas:

De quem é o interesse por construir uma cultura contra produtores rurais?

Quem em sã consciência é tão contra a manutenção da ordem e do progresso em nosso país?

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