terça-feira, 9 de novembro de 2010

Invasor de terra é indiciado por suspeita de matar irmão na Bahia

Antônio de Jesus Silva, que há cerca de um mês participa das invasões de 6 propriedades agrícolas, foi indiciado na segunda-feira pela morte do irmão que também participava das invasões José de Jesus Silva, 37 anos. Ambos pertenceriam à etnia Pataxó hã-hã-hãe. O crime aconteceu no último dia 20 de outubro, no município baiano de Pau Brasil, a 551 km de Salvador, a 50 m da Fazenda Boa Vista, que está entre as propriedades invadidas desde o dia 4 de outubro.

José Silva levou um tiro nas costas enquanto Antônio manuseava um revólver calibre 38 do índio pataxó Anderson Souza Melo, dentro do carro em que os três estavam. Antônio foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), e Anderson foi enquadrado por porte ilegal de arma. No depoimento que deram à PF, Anderson disse que estava com a arma e Antônio pediu para examiná-la, sem saber que estava com munição. Em um dado momento, a arma disparou, atingindo José Silva, que dirigia o carro. A vítima ainda abriu a porta do carro e caiu (como se fugisse).

José foi socorrido, mas morreu antes de chegar ao hospital. A arma e o veículo serão periciados, e o inquérito vai direto para a Justiça comum, segundo a chefe da delegacia da Polícia Federal em Ilhéus, Denise Dias.

Outro irmão da vítima, Jorge de Jesus Silva, que também estava no carro no momento do crime, escapou de ser indiciado por informação caluniosa. Ele disse na delegacia de Camacan que o irmão teria sido baleado por um pistoleiro, que estaria de tocaia e fugiu de moto. Segundo o coordenador da Funai na aldeia Caramuru, Wilson Jesus de Souza, Jorge teria mentido para evitar conflito entre parentes.

O fato é que a calúnia repercutiu para todo o país, construindo uma imagem de que os produtores rurais seriam mandantes de pistolágem. Assim, Jorge de Jesus Silva se livra de ser indiciado pelo crime de calúnia pois utilizou-se de um artifício com o objetivo de fortalecer ódio e a revolta. E assim manter unido o grupo criminoso do qual faz parte.

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